sábado, 10 de abril de 2010

DEPOIMENTO DE UMA AMIGA QUERIDA

A Anna que eu conheço vem do tempo sem princípio nem fim: o tempo de criar, do fazer e refazer-se, do êxtase e da comunhão com a arte – terapia da alma!
Com ela aprendi a retirar as primeiras figuras, imagens, cores e sabores do branco das telas... Mais ainda, a tecer histórias, recortar idéias, selecionar planos, apurar percepções, pois assim o fazíamos nas conversas recheadas de vida, cumplicidade e compartilhamentos enquanto as aulas aconteciam. Éramos todas “mulheres na casa da lua” conversando – emoção aflorando – enquanto tintas, pincéis e telas revelavam as formas e cores que a imaginação livre possibilita colher. E quando Anna sentava (e senta) em frente a um cavalete, no qual existe uma tela, a gente percebe, claramente, a mudança do tempo: deleite – nada ali remete ao velho Crono – o deus a nos devorar neste eterno vai e vem das longas horas.
O que mais falar desta grande artista plástica? Só mesmo buscando inspiração no mestre Joseph Campbell, parafraseando-o. Anna Guerra traduz, na inquietação da artista e na expressão das suas obras, a mitologia como expressão humana e, como tal, a representa “como a canção da imaginação inspirada pelas energias do corpo”. E isso mais uma vez se faz presente nesta nova fase na qual as figuras femininas se exibem e se firmam em cores, volteios, formas, que se apresentam e se dissolvem sob o olhar atento do espectador.
Assim é a artista. Assim é esta pernambucana, hoje radicada em São Paulo e que, alegremente, vejo conquistar seu espaço no panteão dos célebres mestres das artes.
Sucessos professora (eternamente) querida!
Márcia Accioly

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